Sustentar o choro e o limite na prática

Estamos dormindo. Arthur acorda gritando. Fernando vai. Ele grita mais. É mamãe que que ele quer. Sempre é só mamãe.

Eu falo muito pra vcs sobre a importância do limite claro, consistente. E Arthur é sempre minha prova dos nove. Ele grita, chora, esperneia, se debate. Às vezes não tem abraço, carinho, palavra que o acalme. Quando ele quer alguma coisa, ele quer. E ponto.

E se não damos, ele grita. Sempre foi assim e nao sei se algum dia vai mudar. Ele é nossa prova de fogo em nesse tema.

A questão é que, com esse grito, ele nos leva ao nosso limite.

O dia hoje é do papai. Está combinado. Seguiremos. Arthur sustenta o grito, cada vez mais alto. Chora tanto que se perde.

Enquanto isso, eu, na cama, acordada. Estômago revira. É isso mesmo? É certo o que estamos fazendo? O que será que está acontecendo? Porque grita e chora tanto? Algo está errado, deve estar.

O choro doído dele entra em mim, queima meu estômago. Tremo.

E é aqui que eu digo que ele nos leva ao limite. Ele grita tanto que nos faz questionar nossas maiores certezas. Será que esse limite é certo? Será que Fernando o machucou?

A questão, com ele, é que se a gente cede 1 dia, são meses de adaptação de novo. Já passamos por isso antes. Um dia que eu vou, tenho que ir sempre e aí, ultrapasso eu meu limite pra dar o que não tenho e entramos em uma relação não saudável onde ele vira tirano e eu cedo aos seus desejos até me perder de mim.

Não. Não será assim. Aqui está nosso limite. Um dia eu vou, no outro vai o papai. Assumiremos aa consequências.

Respiro. Fico na cama. Mantenho a decisão. Rezo, mentalizo chama violeta, chamo os anjos pra nos ajudar. Silêncio. Deu certo.

Não dá 30 mim, o ciclo começa de novo e eu estou aqui...de estômago revirado questionando se meu limite vale mesmo tudo isso.

A resposta, eu já sei. Vale. A mãe importa. Mas o choro doído dele, é meu também.

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