Escuta Ativa - exemplo prático
Já percebeu que as crianças às vezes pedem ajuda mesmo quando já sabem fazer alguma coisa? Li um post esses dias falando sobre isso e quis escrever sobre a minha perspectiva.
Eu sempre tento incentivar a independência e autonomia deles e ficava meio incomodada quando isso acontecia. Confesso.
Mas ao longo do tempo e da prática de uma escuta ativa (quem viu o vídeo/ podcast vai lembrar escuta ativa não é só sobre escutar o que é dito mas sobre observar e perceber o não dito e aí esta o maior tesouro) tenho percebido como os pedidos de ajuda podem ser muitos e podem ter outras necessidades por trás.
Percebi que o pedido da ajuda quando ela não é objetivamente necessária acontecem na maioria das vezes nos dias que estamos mais corridos. Nos dias que estamos mais "sem tempo". Sim, entra aspas por, queiramos admitir ou não, tempo é questão de escolha e prioridade e mesmo nos dias mais sem tempo, a gente conseguiria, sim, ter minutos de parar e dar atenção total pra criança.
Estão vendo ligação? Muitas vezes nos dias em que mais estamos "sem tempo" , são os dias que mais as crianças nos pedem ajuda pra fazer coisas que já sabem fazer. Ou seja esse pedido de ajuda é um "olha pra mim, mamae", "fica comigo", "estou com saudade" etc .
E tenho percebido que, quando eu não escuto ativamente nem decifro esse código, ou seja, ajudo rapidão, querendo o job done, eu só recebo mais pedidos de ajuda.
Porém, se eu estou de olhos abertos e percebo o pedido que está por trás da ajuda e brinco, dou atenção, olho no olho, converso... logo eles voltam a fazer sozinhos o que conseguem e aquela necessidade de atenção é temporariamente resolvida.
Agora, pensa comigo, quando o dia está corrido e vc esta "sem tempo", não seria melhor fazer uma vez e atender a necessidade real? Não seria legal a gente começar a nomear essas coisas e ensinar nossos filhos a perceberem tb melhor suas próprias necessidades?
Não seria esse um exercício nosso tb? De percebermos nossas reais necessidades e pedir realizar oficial o que queremos dos outros?