Hoje eu não acordei bem
Hoje eu não acordei bem. Na verdade, não dormi bem. Julia acordou, eu fiquei 2 h acordadas depois com insonia e o Arthur levantou as 5:30 da manhã. Eu estava exausta. Só queria chorar de cansaço e dormir. Quando o Fernando chegou na sala, me subiu uma raiva.
Normalmente, eu teria esbravejado com ele, arrumado qualquer motivo pra brigar, pra tirar essa raiva de mim e passar pra ele. Mas hoje eu consegui perceber que aquela raiva era ressentimento. Estava ressentida porque sempre sou eu que atendo as crianças a noite, porque abri mão do combinado de trocar com ele porque queria que ele descansasse, já que ele sempre está tão cansado.
Veja que não foi ele que me pediu isso. Fui eu que fiz. De livre espontânea vontade. Mas hoje quando ele levantou e me falou que estava cansado, fiquei com raiva. "Cansado? Dormindo a noite inteira até final de semana?" Então eu parei. Refleti. O que era isso que eu estava sentido? Eu estava ressentida. Percebi que estava brava comigo de abrir não tantas vezes do meu sono, de novo - porque eu quis-, pra ele não descansar bem nem eu. Nomeei o sentimento e, a partir disso, consegui lidar com ele.
Antes de todo esse processo de autoconhecimento e de educar a mim para educar meus filhos, eu não conseguia fazer isso. Eu não entendia e nem tinha vocabulário emocional pra nomear o que eu estava sentindo. Hoje eu consegui me comunicar de forma assertiva e afectuosa com ele. Coloquei pra ele o fato, expliquei como me senti e falei o que eu preciso dele. Sem julgamento. Sem brigar. Sem querer descarregar meu desconforto nele. E o que aconteceu? Ele arrumou e levou as crias pra escola enquanto eu fiquei dormindo um pouquinho. Falar pra ele o que eu precisava sem brigar, me ajudou a conseguir o que queria e precisava. Sem estresse.
Ensinar as crianças a olharem pra si, entenderem, nomearem e lidarem com seus sentimentos é uma das nossas tarefas mais importantes como pais e educadores. Só que a mudança, começa sempre em nós. Educar crianças com intenção é transformador. E eu quero começar a compartilhar de forma mais objetiva essas ferramentas que tanto me transformaram como transformaram nossa rotina em casa. Faz sentido pra vocês?